sábado, setembro 23, 2006

Saudades




Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

segunda-feira, setembro 11, 2006

Começar a semana! Com amor...

Em teu macio olhar repousa o meu
E na face polida assim formada,
Se reflete e recria o próprio céu

O resto é o futuro
Além, à nossa espreita
Qual fruto maduro
Na hora da colheita...



Pela dádiva mútua da nossa carne mártir
Pela alegria em teu sorriso claro p'lo teu sonho imaterial
Pela vida escravizada p'ela doçura de um beijo à despedida
Na aparência sózinhos, multidão de verdade!...
Lutaremos meu amor lutaremos!!!