sexta-feira, dezembro 22, 2006

Natal



Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados, um sentimento conserva,
Os sentimentos do passado.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei.

Fernando Pessoa

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Não ser




Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!

Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
...

Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?!...

Florbela Espanca

quarta-feira, novembro 29, 2006

Eu, tu e a vida!...



Eu sou
Pobre timoneiro
Dum frágil veleiro
Ao sabor do mar...

E as ondas
Duma alva espuma
Vêm, uma a uma,
Para me embalar

Mas Longe
Vem a tempestade
Que o mar persuade
Forte e atrevido

E Eu,
Num barquinho lento,
Ao sabor do vento
Sinto-me perdido

Mas, Deus
Já o sol desmaia,
Lá longe na praia
Vejo Cintilar

Uma luz,
Pequenina e Bela,
Parece uma estrela
Para me guiar.

quinta-feira, novembro 23, 2006

À Vida!...





Por essa vida fora hás-de adorar
Lindas mulheres, talvez; em ânsia louca,
Em infinito anseio, hás-de beijar
Estrelas d'oiro fulgindo em muita boca!


Hás de guardar em cofre perfumado
Cabelos d'oiro e risos de mulher,
Muito beijo d'amor apaixonado;
E não te lembrarás de mim sequer!..

Hás de tecer uns sonhos delicados
Hão-de por muitos olhos magoados,
Os teus olhos de luz andar imersos !

Mas nunca encontrarás p'la vida fora,
Amor assim como este amor que chora
Neste beijo d'amor que são meus versos!



Vamos beber uma taça!

sexta-feira, novembro 17, 2006

O Afastamento!...




São longas e tristes as noites
Que passo sem ti, meu bem;
Chamo ninguém me responde;
Olho, não vejo ninguém!


Mas quando a manhã aparece
Desabrochando em flor,
Resplandece a tua imagem
Enchendo-me o peito d' amor.


Adryka

terça-feira, novembro 14, 2006

Ao amor, à vida...


O branco imaculado deste lençol e o vermelho do fogo da paixão destas petalas soltas!
São a chama viva de um amor que não morre nunca!...



Teu olhar,luar d'Agosto
E'sopro de branda aragem.
Em minha alma tenho a imagem
do teu amoroso rosto!




Brindemos à vida, ao amor!...

terça-feira, novembro 07, 2006

Aniversário...desta vez em casa :).

Este blog foi criado com um único propósito: o de poder ser usado para "comemorar" todos os pequenos acontecimentos que dão aquele sabor especial às nossas vidas. Quis que fosse um lugar onde pudesse partilhar esses pequenos momentos, da minha vida, da vida das pessoas de que gosto, com todos os que vão visitando os meus blogs. Cada post é um momento de partilha e homenagem, a tanta gente que, perto ou longe, partilha a minha vida, fisicamente próximo, ou fazendo parte dessa etérea realidade virtual da Internet, e me dedica o seu carinho.

Hoje o Auxiliar de Memória tem como propósito agradecer as várias mensagens que, com o carinho que aprendi a receber de tanta gente na Net, me têm dirigido, hoje, que é dia de Aniversário, desta Vossa amiga e "dona" do Auxiliar de Memória.



Sabendo que vocês, generosamente, desculparão um pouquinho de egocentrismo que aqui possa existir, partilho convosco este meu dia. Quero agradecer as mensagens que me dirigiram, de todo o coração. Faço-o através deste post, e também da música do blog, especialmente "composta" para este dia e que tem duas partes, bem diferentes (aguardem os dois primeiros minutos e logo verão). A primeira parte, num tom bem animado e celebratório, comemora o dia de hoje e, se me permitem, dedico-a a mim própria. A segunda é uma homenagem aos muitos amigos que, mesmo não estando aqui presentes, sei que é como se estivessem a erguer a sua taça e bebessem comigo, neste dia um pouquinho diferente.


Um brinde, convosco

Para o final, guarda as palavras que mais gosto na música que vos dedico: é bom saber que temos amigos! Inverno, Primavera, Verão ou Outuno, basta que chames e sabes que virei a correr para te ver...

Beijinhos para todos

sexta-feira, novembro 03, 2006

Meu ser evaporei na lida insana



Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava;
Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana.

De que inúmeros sóis a mente ufana
Existência falaz me não dourava!
Mas eis sucumbe a Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua orgia dana.

Prazeres, sócios meus, e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si não coube,
No abismo vos sumiu dos desenganos.

Deus, oh Deus!... Quando a morte à luz me roube,
Ganhe um momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver não soube.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Silêncio!... de Florbela Espanca.





No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...


Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!


Estou junto de ti, e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!


Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa... Escuta!... Uns leves passos...
Silêncio, meu Amor!... Abre! Sou eu!...

sábado, outubro 07, 2006

Parabéns à nossa Maresia!



Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Vinicius de Moraes

(Rio, 1942)

Querida Maresia, no dia em que comemoras mais uma etapa na tua Vida, desejamos que o teu caminho continue sempre iluminado, com muita paz, saúde, alegria e amor .

Obrigada por partilhares com os teus amigos virtuais a tua força de viver, o teu sorriso e o teu carinho. Hoje, com muita honra, celebramos contigo o teu aniversário!

Parabéns!

Votos de muito carinho e de muitas felicidades, não só por hoje mas por todos os 365 dias que faltam para festejar-mos de novo.

Um grande abraço e muitos beijinhos...
Das tuas amigas!

Adryka e Elise

sábado, setembro 23, 2006

Saudades




Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

segunda-feira, setembro 11, 2006

Começar a semana! Com amor...

Em teu macio olhar repousa o meu
E na face polida assim formada,
Se reflete e recria o próprio céu

O resto é o futuro
Além, à nossa espreita
Qual fruto maduro
Na hora da colheita...



Pela dádiva mútua da nossa carne mártir
Pela alegria em teu sorriso claro p'lo teu sonho imaterial
Pela vida escravizada p'ela doçura de um beijo à despedida
Na aparência sózinhos, multidão de verdade!...
Lutaremos meu amor lutaremos!!!

quinta-feira, agosto 24, 2006

Estou longe... estou perdida!

Ao meu amor...


Longe do Paraíso!... O que vou fazer?...
Se as ilusões me fugiram e não voltaram,
São os fantasmas que me revoltam
Recordações do que sonhei ser e não fui!...

Quem me dera voltar atraz no tempo!
Voltar áqueles dias cheios de verdades...
Nesses,que desejei eternidade,
Porque foi Eternidade, esse momento!

Esta luz que ilumina o meu caminho
Levo a vela acesa porque brilha mais alto
Não deixa fugir nem cair quem está perdido.

Não tenho medo de seguir sozinha,
Mas longe do Paraíso,estou em sobressalto!...
Anda ! vem comigo, porque assim nunca estarei perdida!


Para ti!...

segunda-feira, agosto 21, 2006

Aos olhos dele



Não acredito em nada. As minhas crenças
Voaram como voa a pomba mansa,
Pelo azul do ar. E assim fugiram
As minhas doces crenças de criança.
Fiquei então sem fé; e a toda a gente
Eu digo sempre, embora magoada:
Não acredito em Deus e a Virgem Santa
É uma ilusão apenas e mais nada!

Mas avisto os teus olhos, meu amor,
Duma luz suavíssima de dor...
E grito então ao ver esses dois céus:

Eu creio, sim, eu creio na Virgem Santa
Que criou esse brilho que m'encanta!
Eu creio, sim, creio, eu creio em Deus!


FLORBELA ESPANCA

quarta-feira, agosto 16, 2006

TORRE DE NÉVOA

Subi ao alto, à minha Torre esguia,
Feita de fumo, névoas, e luar,
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo dia.

Contei-lhes os meus sonhos, a alegria
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas, a chorar,
Responderam-me então: "Que fantasia,



Criança doida e crente! Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!..."

Calaram-se os poetas, tristemente...
E é desde então que eu choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao céu!...

Florbela Espanca

segunda-feira, agosto 14, 2006

Começar de novo!!!



Começar de novo
E contar comigo,
Vai valer a pena
Ter amanhecido.

Ter me rebelado,
Ter me debatido.
Ter me machucado,
Ter sobrevivido.

Ter virado a mesa,
Ter me conhecido.
Ter virado o barco,
Ter me socorrido.

Começar de novo
E contar comigo,
Vai valer a pena
Ter amanhecido.
Sem as suas garras,
Sempre tão seguras.
Sem o teu fantasma,
Sem tua moldura.

Sem suas escoras,
Sem o teu domínio.
Sem tuas esporas,
Sem o teu fascínio.

Começar de novo,
E contar comigo,
Vai valer a pena
Já ter te esquecido.

Começar de novo...

Ivan Lins/Victor Martins

domingo, agosto 13, 2006

Amor que morre

O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!


Florbela Espanca

sexta-feira, agosto 11, 2006

Se eu tivesse...




Se eu tivesse olhar profundo,
Para ver os corações,
Veria tantos vilões
Como de seres tem o mundo!
Veria o cinismo fundo
Nas consciências que abrisse
Quanta lama, impostorice
Encontrava a borbulhar !
Á chama d'um tal olhar
Talvez até resistisse...

quarta-feira, agosto 09, 2006

Mais um desafio

Lançado pela minha querida princesa :Elise

Empregos que já tive:

Ora cá vai: Primeiro emprego copista (despachante oficial em Luanda). Segundo : Escritório dos meus tios. Terceiro decoradora (Adorei). Quarto : Na Agência com o marido, (polivalente).

Filmes que não me canso de assistir:

Jesus de Nazaré: Emociona-me
A Lista de Schindler:Fico aterrada com tanta creldade
Um violino no Telhado: Achei encantador


Programas de TV que não perco:


Não sou fã de televisão
Mas gosto de ver os documentários do canal de História
Adorei ver o Dallas
E o Gerações



Livros que recomendo:


Para férias? As Palavras Que Nunca Te Direi (foi me oferecido por um amigo)

Lugares onde vivi:

Braga e Luanda (adorei).

Alguns lugares onde já estive:

Madeira, Cabo verde, Angola.

Comidas favoritas:

Chinesa

Músicas favoritas:

Depende do meu estado de espírito


Lugares onde gostaria de estar neste momento:


No deserto do Saara: Onde ninguém me desse cabo da cabeça, e me deixassem viver em paz e ser "Eu" não a personagem que me obriagam a ser.

Passo aos meus amigos que gostem de desafios

domingo, agosto 06, 2006

Meu ser Evaporei na Luta Insana!


Citando o nosso famoso Bocage



Meu ser evaporei na luta insana

Do tropel de paixões que me arrastava:

Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava

Em mim quasi imortal a essência humana!





De que inúmeros sóis a mente ufana

Existência falaz me não dourava!

Mas eis sucumbe Natureza escrava

Ao mal, que a vida em sua origem dana.





Prazeres, sócios meus, e meus tiranos!

Esta alma, que sedenta em si não coube,

No abismo vos sumiu dos desenganos





Deus, ó Deus!... quando a morte a luz
me roube,
Ganhe um momento o que perderam anos,

Saiba morrer o que viver não soube

terça-feira, agosto 01, 2006

A tua voz na primavera




Manto de seda azul, o céu reflete
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios úmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!

Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo beijo... olhai!
Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!

Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
Têm a firmeza elástica dos gamos...

Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!

Florbela Espanca

quarta-feira, julho 26, 2006

O Baptismo do Zé Nuno!


O Baptizado do meu sobrinho!



Estavas tão lindo meu bébe! Lindo como os teus pais, lindo com o acto que te levaram a fazer, o sacramento do teu baptizado.
Cinco meses Zé Nuno mas és tão querido.
Parabéns para ti meu pequenino, meu amor!

quinta-feira, julho 20, 2006

O sofrimento da minha poetisa preferida!


A dor leva a pessoa ao suicídio

Florbela Espanca, batizada com o nome Flor Bela de Alma da Conceição, (Vila Viçosa, 8 de dezembro de 1894 ? Matosinhos, 8 de dezembro de 1930) foi uma poetisa portuguesa, precursora do movimento feminista em seu país, teve uma vida tumultuada, inquieta, transformando seus sofrimentos íntimos em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade.

Filha de Antónia da Conceição Lobo, empregada de João Maria Espanca, que não a reconheceu como filha. Porém com a morte de Antónia em 1908, João e sua mulher Maria Espanca criam a menina. O pai só reconheceria a paternidade muitos anos após a morte de Florbela.

Em 1903 Florbela Espanca escreveu a primeira poesia de que temos conhecimento, A Vida e a Morte. Casou-se no dia de seu aniversário em 1913, com Alberto Moutinho. Concluiu um curso de Letras em 1917, inscrevendo-se a seguir para cursar Direito, sendo a primeira mulher a frequentar este curso na Universidade de Lisboa.

Sofreu um aborto involuntário em 1919, ano em que publicaria o Livro de Mágoas. É nessa época que Florbela começa a apresentar sintomas mais sérios de desequilíbrio mental. Em 1921 separou-se de Alberto Moutinho, passando a encarar o preconceito social decorrente disso. No ano seguinte casou-se pela segunda vez, com António Guimarães.

O Livro de Sóror Saudade é publicado em 1923. Florbela sofreu novo aborto, e seu marido pediu o divórcio. Em 1925 casou-se pela terceira vez, com Mário Lage. A morte do irmão, Apeles (num acidente de avião), abala-a gravemente e inspira-a para a escrita de As Máscaras do Destino.

Tentou o suicídio por duas vezes em outubro e novembro de 1930, às vésperas da publicação de sua obra-prima, Charneca em Flor. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, suicida-se no dia do seu aniversário, 8 de dezembro de 1930. Charneca em Flor viria a ser publicado em janeiro de 1931.

Como eu a admiro!!!

quinta-feira, julho 13, 2006

Há momentos!





Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

Florbela Espanca

domingo, julho 02, 2006

Espera...


Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!

Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços...
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera... espera... ó minha sombra amada...
Vê que pra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo

Florbela Espanca

segunda-feira, junho 26, 2006

Parabéns minha linda Elise



Amizade não se força,
Não se encontra em qualquer esquina,
Não se compra nas vitrinas das grandes lojas,
Paulatinamente conquista-se.
Quando nos damos conta, este sentimento de carinho fica dentro do nosso coração. Tu minha amiga passaste a fazer parte da minha história,
E só assim posso dizer...
Querida Elise! Tu és especial,
Obrigada pela tua amizade!
Obrigada por me aturares e acompanhares, tens sido maravilhosa para mim.
Estou grata a Deus, por me dar conta da tua existência.
Deixo um grande beijo no teu coração.
Pois é nele que guardamos os mais puros e
os mais singelos sentimentos.

Parabéns Princesa


Sem bolo não há parabéns

segunda-feira, junho 19, 2006

Dedicado á minha princesa




Tudo é tranquilo e casto e sonhador...
Olhando esta paisagem que é uma tela
De Deus, eu penso então: Onde há pintor

Onde há artista de saber profundo,
Que possa imaginar coisa mais bela,
Mais delicada e linda neste Mundo?

Florbela Espanca

domingo, junho 11, 2006

Dia 10 de Junho em Aveiro!


A alegria de recordar locais que já me deram bons momentos...


Ontem fui passear para uma terra de que gosto, Aveiro. Adorei passear por lá e recordar outros tempos. Andei por lá a manhã toda. Gostei de me passear pelas ruas de Aveiro e visitar o fórum. Visitei locais a que já não ia há anos.
Chegamos lá por volta das 10,30h.


Depois fomos almoçar para a Pateira de Fermentelos. O local era aprazível, mas por aquelas terras come-se mal em minha opinião, não gosto da comida de lá.


A estalagem onde estivemos.
Depois do almoço dei um passeio por aquela linda zona da Pateira.



Momentos de descontração...

E um pouco de brincadeira com os amigos ajuda sempre a passar o tempo e a tornar a tarde mais linda.


Este é um lago natural, pelo que me foi dito por um dos amigos que me acompanhava, o maior lago natural da Península Iberica!

Foi um dia fantático, só chegamos a casa ás 22 horas...

sábado, junho 03, 2006

O casamento da Magda


Hoje casou a minha sobrinha Magda. Fiquei fascinada pela forma, radical e original, como ela se fez transportar, uma vez terminada da cerimónia religiosa.
Eu não sabia, mas a Magda e o Rui (o noivo)são motards. E, à motard, abandonaram a zona da igreja, vestidos a rigor, e "montados" numa bonita Honda vermelha e branca. Foi muito original e eu achei lindo.


A Magda, o Rui e a Honda


Já antes o Rui tinha optado por uma saída muito romântica: pegou na Magda ao colo e assim saiu com ela da igreja, sob uma chuva de arroz e pétalas de rosas brancas.

A "chuva" de arroz e petalas de rosas à saída da igreja


Depois, adorei ver a festa e a barulheira que os motards lhes fizeram.
Foi um casamento super radical e bastante bonito. A festa está ainda a decorrer numa quinta aqui perto de Braga, com diversão garantida noite adentro.

segunda-feira, maio 29, 2006

O que és tu?


O que és tu?

Tu és ânsia,
Ânsia por te ver, por te falar,
Ânsia por sentir que ainda conto,
Ânsia por perceber que sou importante
Ânsia por sentir que me queres, em cada coisa, cada momento

Tu és desespero,
Desespero por não te ver, não te falar,
Mas muito mais desespero por não te poder dar o que precisas,
Desespero por te saber longe,
Desespero por te saber infeliz,
Desespero por não ser o que precisas, o que mereces,

Tu és paixão,
Paixão forte, irreverente, persistente
Paixão inebriante, envolvente, envolvida
Paixão viciante, não saciada
Paixão vibrante, desejada

Tu és amor,
Amor profundo, amor destino, amor louco
Amor único, único, único,
Amor distante, doloroso, mas amor
Amor envolvente, amor ausente, amor presente, que sei eu?

Tu és descoberta,
Descoberta de um ser único, ser que completa
Descoberta de que a vida pode ter sentido,
Descoberta de mim, que surpresa
Descoberta do amor e da plenitude dos sentidos
Descoberta da dependência de outrém
Descoberta do prazer de te ter por perto

Tu és raiva,
Tu és medo,
Tu és tudo o que me importa
Tu és o sentido do que sou
Tu és razão para ter esperança
Tu és a injecção de ânimo que preciso
Tu és...
Maravilhosamente tu

sexta-feira, maio 26, 2006

Parabéns Adrianinha


Faz hoje anos a minha princesa. Para ela vai o meu coração cheio de alegria.
Querida, ainda bem que existes, adoro-te meu lindo amor.
Que este dia seja passado como o dia de um conto de fadas, que tenhas tantas alegrias quantas no mundo existem, que nunca na tua vida sintas a dor ou a amargura. Eu vivo para ti minha princesa. Existo para que sejas feliz, para que não te magoes, para que tu só vejas o lado bom da vida.



Existo para te guiar, para te fazer passar os obstáculos que no teu caminho apareçam. Ninguém te vai magoar porque eu não vou deixar... Sofrerei, se preciso for, por ti. Não hesitarei um só instante se necessitar de dar a minha vida por ti.
No dia em que nasceste, eu estava lá. A primeira vez que abriste os olhos, estavas no meu colo. Tenho sempre seguido a tua vida, tenho tentado que nada, nem ninguém te magoe, ai daquele que tentar te pisar ou magoar, eu matarei se preciso for para te defender.



Parabéns meu amor, és a minha vida. Tudo o resto não tem côr sem a tua presença.

terça-feira, maio 23, 2006

Vai valer a pena



Começar de novo
E contar comigo
Vai valer a pena
Ter amanhecido
Ter me rebelado


Ter mesmo caído
Ter me machucado
Ter sobrevivi
Ter virado a mesa
Ter me conhecido
Ter virado o barco

Ter me socorrido
Sem as tuas garras
Sempre tão seguras
Sem o teu fantasma
Sem tua moldura
Sem tuas esporas

Sem o teu fascínio
Começar de novo
E contar comigo
Acredito que
Vai valer a pena
Ter te esquecido


E

Começar de novo ...



(Ivan Lins e Vitor Martins)

sexta-feira, maio 19, 2006

Da bela Florbela



A Tortura

Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

Florbela Espanca

segunda-feira, maio 15, 2006

Vaidade



Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...
E não sou nada!...

FLORBELA ESPANCA

sexta-feira, maio 12, 2006

O chá dos anos da Luz

Ontem fui tomar chá com as minhas amigas



A Luz fez anos e reunimo-nos, embora nunca seja hábito eu ir!
Desta vez fui, não só para estar com elas, mas também porque gosto muito da Luz. Já não a via há muito tempo, tinha saudades, queria saber como estava e dar-lhe um abraço. Achei-a linda, como se pode ver pela foto (está a falar ao móvel na foto anterior).

O local era lindo, as compotas deliciosas e os scones estavam divinais... com manteiguinha e quentinhos... hummmm...



Estar naquele grupo de mulheres é fantástico, porque é só bom astral, todas se gostam muito e se estimam ainda mais. É realmente uma sorte ter amigas assim.
Dizem as suas larachas, sempre bem dispostas, de bem com a vida, são mulheres realizadas... Não se condena ninguém, não se fala mal de ninguém, contam-se anedotas, dizem-se brejeirices, são até lascivas umas com as outras. São as amigas que qualquer pessoa quer ter.

terça-feira, maio 09, 2006

Sol para todos! não...


A crise não é para todos...Ora ora.
O guarda-redes às vezes suplente do FC Porto, Vítor Baía, acha mesmo que vale a pena pagar por um carro novo 600 mil euros. A convicção foi tão forte que Baía não se importou de esperar quatro anos (!) para ter o seu Mercedes SLR. Dizem que uma das gracinhas que o bólide faz é abrir as portas em "asa de gaivota". Deus queira que não levantem voo.
Ora pois, mas os jogadores podem dar-se a estes luxos.Como diz o outro (o dinheiro é deles mas a paixão é nossa).
E deles ninguém fala, isto é que é qualidade de dinheiro, ou desculpem de vida... inveja eu? nada disso revolta sim,e raiva por estas coisas acontecerem num país em decadência. Quem paga os campos de futebol para eles lá jogarem, quem é! pois o povinho paga tudo...