terça-feira, janeiro 30, 2007

BALADA DA NEVE



Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.

(Augusto Gil)

P.S. Eureka! O homem encontrou a solução para as crianças não sofrerem!... Grande ciência!.. Basta matá-las antes de nascerem! Grande é a ciência do homem do Século XXI! Que pena que seja posta ao serviço da morte!

Obs: Dedicado a todos os bebés a quem foi negado o direito á vida...

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Um grito!... Eu não consigo...




Era tão pequeno que ninguem o via
Estava sereno e desenvolvia
Sem falar, pedia-porque era semente
-ver a luz do dia como toda a gente.

Não tinha errado.
Não tinha roubado.
Não tinha matado.
Não fizera mal.
Foi assassinado porque a mamã o não queria.
Foi esterilizado com toda a mestria.


Taparam-lhe a boca!
Tratado como presa em toca.
Não soltou um grito.
Não teve manhã.
Nunca andou ao colo!
Não levou um beijo da sua mamá!
Não soube do mundo.
Não viu a magia.

Num breve segundo foi neutralizado...
Não teve direito de se defender...
Negaram-lhe tudo (o destino inteiro...)
- porque os abortistas nasceram primeiro.


Excerto do poema de Renato Azevedo.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

PORQUE VOTO NÃO AO ABORTO

Um desabafo!...

Apesar das habilidosas perguntas colocadas num boletim de voto num referendo que põe em questão um problema além do mais civilizacional, e que são inteligíveis apenas para alguns pseudo-letrados interessados em que tal crime venha a ser admitido pela legislação deste pobre país, governado por pobre gente e que tem como legisladores gente pobre, eu voto NÃO!!!

Votaria sim se, há oitenta ou mais anos, existisse e tivesse a premonição de que iria existir quem nos tempos actuais nos governa. E votaria sim, se tivesse a tal premonição, porque muitos daqueles que nos governam, filhos não se sabe de quem, não existiriam e este assunto nem seria discutido.

Gastam-se milhões com a preservação dos linces da Malcata; gastam-se milhões com a preservação de várias espécies animais e pisciculas em perigo; gastam-se milhões com a preservação de espécies vegetais em perigo; fazem-se expedições caríssimas em investigações submarinas e exibem-se nas televisões filmes deliciosos sobre a reprodução das espécies; fazem-se festas nos zoomarines quando nasce um golfinho ou uma foca...e reportagens feitas nas mais longínquas paragens quando nasce um panda, uma ninhada de lobos, ou de chacais!!!

E, estas estranhas entidades que nos governam, pretendem de forma referendária ir iniciando o fim da Humanidade?, Não!!! Categoricamente, Não!!!


Será que que todos os festeiros do 25/4, que se comprometeram a estabelecer uma democracia, se convenceram que a dita é uma ditadura do voto? Ou que ser presumidamente eleito é um àlibi?

Acabemos com isto, senhores e senhoras!

Escrito por: José Ribeiro.

Obs:Até ao fim do referendo não postarei mais qualquer post!...