segunda-feira, outubro 23, 2006

Silêncio!... de Florbela Espanca.





No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...


Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!


Estou junto de ti, e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!


Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa... Escuta!... Uns leves passos...
Silêncio, meu Amor!... Abre! Sou eu!...

sábado, outubro 07, 2006

Parabéns à nossa Maresia!



Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Vinicius de Moraes

(Rio, 1942)

Querida Maresia, no dia em que comemoras mais uma etapa na tua Vida, desejamos que o teu caminho continue sempre iluminado, com muita paz, saúde, alegria e amor .

Obrigada por partilhares com os teus amigos virtuais a tua força de viver, o teu sorriso e o teu carinho. Hoje, com muita honra, celebramos contigo o teu aniversário!

Parabéns!

Votos de muito carinho e de muitas felicidades, não só por hoje mas por todos os 365 dias que faltam para festejar-mos de novo.

Um grande abraço e muitos beijinhos...
Das tuas amigas!

Adryka e Elise