sábado, março 31, 2007

Hoje lembrei...




Lembrei...
Daquela paixão delirante
Dos beijos apaixonados
Dos abraços apertados
De tudo o que fomos antes

Lembrei...
Dos carinhos, dos beijinhos
Dos passeios de mãos dadas
Dos sorrisos, das risadas
Do aconchego em nosso ninho

Lembrei...
Das bebidas que tomamos
Das viagens que fizemos
Da história que escrevemos
Dos dias que nos amamos

Lembrei...
Dos dias frios de inverno
Dos nossos corpos colados,
Dormindo sempre abraçados...
Das nossas juras de amor

Dedicado ao único homem da minha vida JMRR.

segunda-feira, março 19, 2007

Aproveite a vida!...



Colham botões de rosas enquanto podem,
O velho Tempo continua a voar:
E essa mesma flor que hoje lhes sorri,
Amanhã já não estará lá .

O glorioso sol, lume do céu,
Quanto mais alto eleva-se a brilhar,
Mais cedo encerrará a sua jornada,
E mais perto estará de se apagar.

Melhor idade!... Não há como a primeira,
Quando a juventude e o sangue pulsam quentes;
Mas quando passa, piores são os tempos
Que se sucedem e se arrastam inclementes.

Por isso, sem recato, usem o tempo,
E enquanto podem, vivam a festejar,
Pois, depois de haver perdido os áureos anos,
Teremos o tempo inteiro para repousar.
Beijinhos e uma boa semana

domingo, março 11, 2007

Admiro-a! Rosa Lobato Faria.




E de novo a armadilha dos abraços.
E de novo o enredo das delícias.
O rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada de carícias.
As preces, os segredos, as risadas
no altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.
Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.
E fazemos de novo, sempre novo
o amor total dos deuses e dos bichos.

sexta-feira, março 09, 2007

Exaltação



Mais um poema da Florbela Espanca que tanto admiro!...

Viver!... Beber o vento e o sol!... Erguer
Ao Céu os corações a palpitar!
Deus fez os nossos braços pra prender,
E a boca fez-se sangue pra beijar!

A chama, sempre rubra, ao alto, a arder!...
Asas sempre perdidas a pairar,
Mais alto para as estrelas desprender!...
A glória!... A fama!... O orgulho de criar!...

Da vida tenho o mel e tenho os travos
No lago dos meus olhos de violetas,
Nos meus beijos extáticos, pagãos!...

Trago na boca o coração dos cravos!
Boémios, vagabundos, e poetas:
--- Como eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!...

Florbela Espanca

terça-feira, março 06, 2007

Um poema fantástico





Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar,
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada."

Luis Vaz de Camões